Para iniciar o trabalho de Conscientização Social do Projeto Intolerância Zero, um dos Colaboradores escreve sobre a dificil convivência
Por Rogério Macedo Coelho
Aprender a respeitar ou “tolerar”,tal qual o exercício de karatê, não é um ato espontâneo, mas uma aprendizagem. Na raiz de todas as religiões do mundo a tolerância é considerada o primeiro grau da convivência pacifica, só que ainda a maioria delas está longe de colocar este ideal em prática, temos ai o exemplo de centenas de guerra produzidas justamente pela intolerância religiosa.
Por que falar de tolerância? O primeiro passo para a mudança das ações é a mudança das idéias, a forma como vemos a vida e as pessoas, e dialogar ainda é a melhor forma de nutrirmos as idéias e conseqüentemente as ações. A intolerância tem por base o conceito de que “somos os melhores, temos a verdade e estamos do lado certo”, ou seja, se sou católico defino evangélicos e espíritas como o “outro que está errado”, se sou branco, o negro é este outro, se sou heterossexual procuro me afastar dos gays para preservar minha identidade, quando não resolvo agredi-los justificando minha intolerância com a violência, seja ela verbal ou física.
Exemplo disso aconteceu a algumas semanas em São Paulo, quando um grupo de adolescentes de classe média atacou outro grupo de garotos por serem supostamente homossexuais, agredindo-os com uma lâmpada no rosto. O que está por trás disso? A prepotência de se acharem acima da condição do outro e a não tolerância a diferença.
Somos “todos” diferentes: Altos, baixos, magros, gordos, espíritas, evangélicos, gays, heteros, homens e mulheres, e se observarmos atentamente a natureza podemos perceber que sua lei maior é a “lei da diversidade”, ou seja, as diferenças na natureza são complementares e cooperativas, e a vida só existe porque existem diferenças. Agora que estamos entrando na segunda década do século XXI, devemos fazer como o personagem citado no começo deste texto. Daniel Sam não aprendeu Karatê da noite para o dia, aprendeu lavando pára-brisas de carro e outros movimentos até atingir o domínio de sua arte. Assim é o exercício da tolerância, continuo, cheio de deslizes e tropeços, mas gratificante. Quando pudermos olhar para o outro em suas diferenças e mesmo assim respeitá-lo podemos dizer que conseguimos avançar em nosso projeto de ser humano. A idéia é que a semente seja jogada “aqui e agora”, visando a construção de ações que contribuam para a “Intolerância zero”, onde a diferença deixe de ser motivação para conflitos, e se torne alimento para a criatividade e o respeito.
“O inferno é o outro!”
( Jean Paul Sartre- Filosofo existencialista)
Rogégio M. é Educador, Filosófo e Colaborador do Prejeto Intolerância Zero
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