domingo, janeiro 09, 2011

Respeito: A difícil arte da convivência

Para iniciar o trabalho de Conscientização Social do Projeto Intolerância Zero, um dos Colaboradores escreve sobre  a dificil convivência

Por Rogério Macedo Coelho
Quem era adolescente no final dos anos 80, ou durante os anos 90, deve se lembrar de um filme repetido em exaustão nas sessões da tarde chamado “Karatê Kid”, onde um jovem aspirante ao aprendizado da arte marcial procurava um mestre e era iniciado neste difícil exercício, tendo de praticar ações tediosas e aparentemente “sem sentido”, até compreender as razões por detrás daquele aprendizado.

    Aprender a respeitar ou “tolerar”,tal qual o exercício de karatê, não é um ato espontâneo, mas uma aprendizagem. Na raiz de todas as religiões do mundo a tolerância é considerada o primeiro grau da convivência pacifica, só que ainda a maioria delas está longe de colocar este ideal em prática, temos ai o exemplo de centenas de guerra produzidas justamente pela intolerância religiosa.

     Por que falar de tolerância? O primeiro passo para a mudança das ações é a mudança das idéias, a forma como vemos a vida e as pessoas, e dialogar ainda é a melhor forma de nutrirmos as idéias e conseqüentemente as ações. A intolerância tem por base o conceito de que “somos os melhores, temos a verdade e estamos do lado certo”, ou seja, se sou católico defino evangélicos e espíritas como o “outro que está errado”, se sou branco, o negro é este outro, se sou heterossexual procuro me afastar dos gays para preservar minha identidade, quando não resolvo agredi-los justificando minha intolerância com a violência, seja ela verbal ou física.
     Exemplo disso aconteceu a algumas semanas em São Paulo, quando um grupo de adolescentes de classe média atacou outro grupo de garotos por serem supostamente homossexuais, agredindo-os com uma lâmpada no rosto. O que está por trás disso? A prepotência de se acharem acima da condição do outro e a não tolerância a diferença.

      Somos “todos” diferentes: Altos, baixos, magros, gordos, espíritas, evangélicos, gays, heteros, homens e mulheres, e se observarmos atentamente a natureza podemos perceber que sua lei maior é a “lei da diversidade”, ou seja, as diferenças na natureza são complementares e cooperativas, e a vida só existe porque existem diferenças. Agora que estamos entrando na segunda década do século XXI, devemos fazer como o personagem citado no começo deste texto. Daniel Sam não aprendeu Karatê da noite para o dia, aprendeu lavando pára-brisas de carro e outros movimentos até atingir o domínio de sua arte. Assim é o exercício da tolerância, continuo, cheio de deslizes e tropeços, mas gratificante. Quando pudermos olhar para o outro em suas diferenças e mesmo assim respeitá-lo podemos dizer que conseguimos avançar em nosso projeto de ser humano. A idéia é que a semente seja jogada “aqui e agora”, visando a construção de ações que contribuam para a “Intolerância zero”, onde a diferença deixe de ser motivação para conflitos, e se torne alimento para a criatividade e o respeito.


“O inferno é o outro!”
( Jean Paul Sartre- Filosofo existencialista)


 Rogégio M. é Educador, Filosófo e Colaborador do Prejeto Intolerância Zero
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3 comentários:

  1. Excelente artigo Rogério!!!
    Parabéns!!!
    Vamos juntos em torno da destruição de todos os paradigmas obsoletos já superados pelo aprimoramento intelectual de grandes mestres contemporâneos, mas que por causa de nossa ignorância e alienação, tais paradigmas insistem em vigorar...
    Mudança já!
    Um abraço!

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  2. Vejo as luzes de um sol que brilha
    Que extrapola o meu desejo de sonhar
    Às vezes paro e fico a pensar, a imaginar.
    Observo as borboletas, as crianças de pés descalços.
    As meninas que brincam de boneca,vejo os homens de beca,
    Fardados pela lábia e cientes da ignorância dos pequenos
    Diante dos olhos da cobiça e orgulho dos insanos
    Há muita coisa por trás dos panos
    Há homens que se alimentam do fracasso dos outros
    Da boa vontade,da humildade,da paciência e da confiança,
    Enganam-se quando pensam que ainda sou criança,
    Que não tenho esperança,
    Ninguém me conhece de verdade
    Eles pensam que eu sou um tolo, que tolos!
    Ainda vejo as mesmas luzes que brilham,
    Enquanto eles se deleitam da escuridão de suas mentes,
    Sem brilho sem alma, homens doentes,
    Cavam suas próprias covas,
    Escondem-se por trás de roupas novas,
    Em meia dúzia de palavras bonitas se exaltam,
    Porem temem às pessoas que não caem em sua lábia,
    No seu discurso persuasivo.
    Temem quando em seu verso recebem um aplauso inverso
    Oh!
    Que decepção,
    Não conseguiram enganar a todo mundo.
    Eles estão nus agora,
    E agora o que estes parasitas irão fazer?
    O que irão dizer?
    De que irão viver?
    Bom,isso agora é com vocês.

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  3. Parabéns Hélio pela proposta,
    e ao Rogério pela abordagem.
    Formidável.
    Contem comigo.

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