Aléquison Gomes lidera uma Igreja sem usar terno, nem gravata.
HÉLIO SILVA
Sem terno nem gravata, o Radialista e Professor Aléquison Gomes comanda a Comunidade Cristã Caminho da Graça em Capelinha.
O Movimento, iniciado há cerca de três anos, foge de todas as formalidades e costumes das tradicionais Igrejas Evangélicas. Sem uma formalidade Aléquison Gomes, ensina aos irmãos os caminhos da vida. Segundo ele, sua Igreja não faz “auditoria” para saber como anda o comportamento dos fies com relação a Palavra de Deus, pois para ele, o mais importante é ensinar a palavra de Deus ,sem realizar nenhum tipo de pressão psicológica, ou disciplina religiosa.
Das cerca de 60 pessoas que freqüentam o Caminho, a maioria são jovens, vindos de outras Igrejas evangélicas tradicionais. A “Comunidade o Caminho” como assim gosta de ser chamada, é comunidade não só dentro de Igreja, mas fora dela também. No último dia 15 de novembro, os membros da Igreja se reuniram para jogar Futebol e almoçar em uma comunidade rural próxima a Capelinha.
Gomes, resolveu fala um pouco mais sobre o trabalho, em uma entrevista que ele concedeu ao Jornal. Veja:
A CIDADE - Como nasceu a Comunidade Caminho da Graça?
Eu, minha esposa e um amigo ( Tadeu Felipe) nos reuníamos na minha casa, para ler o evangelho e fazer orações. As pessoas começaram a chegar, alugamos um salão, depois de um tempo mais pessoas se acrescentaram ao grupo e hoje tem um número considerável de gente que se simpatiza com o trabalho e esse número cresce satisfatoriamente graças a Deus. Temos reuniões no salão principal e nas casas em alguns bairros da Cidade e até em outras comunidades como o povoado de Vendinhas.
A CIDADE-O que diferencia sua base teológica a respeito da Salvação com os demais posiciona-mentos?
Não sei quanto aos demais posicionamentos. Mas nós acreditamos que a salvação é um favor não merecido de Deus para o homem. Isso não se alcança com obras, com barganhas, com gritarias e nem dando dinheiro na igreja. A salvação é dom de Deus. Não tem haver com o que o homem faça para merecer, mas sim com o que Jesus Cristo fez para que todo aquele que Nele crer de verdade tenha a vida eterna.
A CIDADE- Porque você acredita que a Hierarquia nas Igrejas deveria terminar?
Não é que acho que a hierarquia deveria acabar. O que precisa acabar é o pensamento atrevido de que os lideres são pontes infalíveis entre os homens e Deus. Homens, independente da posição que ocupam, serão sempre e apenas homens: caídos, pecadores e falhos. Só existe um “pastor” (Jesus) nós outros, somos todos irmãos e ovelhas de um só rebanho! Entre a gente não deveria existir o maior ou menor!
A CIDADE-Durante o ministério que você tem exercido você abriu mão das tradicionais formali-dades predominante nas Comunidades Evangélicas. O que te fez abandonar esses costumes já que boa parte da sua vida foi dedicada a isso?
Existem muitos usos e costumes que são simplesmente pesos mortos, fardos exaustivos, que até carregam de certa forma alguma aparência de sabedoria, mas não tem nenhum valor para o aperfeiçoamento de um verdadeiro caráter cristão. São apenas cargas inúteis! Cansei.
A CIDADE-A que se deve a perseguição que sua comunidade enfrenta por parte dos Irmãos de outras Igrejas Evangélicas?
Não diria “perseguição”, pois até entendo a preocupação de algumas igrejas evangélicas quanto ao que estamos fazendo. Mas, acho que somos apenas incompreendidos. Mas muitos cristãos subversivos do passado também foram como: Santo Agostinho, São Francisco, Martin Lutero e outros. Acho que o que intriga algumas pessoas é o modo que tenho pregado o evangelho, a começar do meu visual. Por ex: Nas reuniões eu troquei o terno e gravata, pelo tênis e camiseta. E não faço questão de que me chamem por “títulos”. E às vezes conto piadas nas reuniões, mas confesso que devo ser péssimo nisso, pois quase ninguém rir. E também estou tentando parar de falar palavrões. rs
A CIDADE- Qual a sua posição sobre o Dizimo?
Eu acho que, toda e qualquer contribuição financeira na igreja, deve acontecer espontaneamente, com alegria e gratidão. Jamais por pesar ou constrangimento!
A CIDADE-Você é Vocalista da Banda números, uma banda secular, isso não contradiz o seu trabalho como líder cristão?
Não. Pois não acredito que exista sabedoria apenas em músicas que contenham a palavra “deus”. Penso que Deus também atua na poesia, na filosofia, na música inteligente e em tudo quanto exista pureza, boa fama e uma boa mensagem. Deus não se limita a música gospel.
A CIDADE-Sua Igreja se posiciona contra ou a favor do Aborto?
Somos irredutivelmente a favor da vida. Sempre! Tenho um amigo que é fruto de um aborto mal sucedido. Isso diz tudo.
A CIDADE-O reconhecimento da união Civil de homossexuais gerou na comunidade evangélica em geral, uma grande revolta. Qual o seu posicionamento sobre essa questão?
Sobre isso, acho que a grande revolta da igreja deveria ser contra a desigualdade social e a corrupção cultural em que o Brasil se encontra. Tem gente com fome, com dor, com solidão, com trauma, com medo, com culpa, com vontade de morrer, com medo de viver, sem sonhos, sem planos, sem paz, com fama de que vive, mas morta, ganhando o mundo, perdendo a alma, fingindo, afligindo, se afundando e esperando que alguém leve a mensagem do Reino a eles. É com esses que deveríamos nos preocupar.
O Jornal A Cidade está convidado para o Encontro de Comunicadores do Vale do Jequitinhonha, que vai acontecer em Itaobim nos dias 27 e 28 de janeiro de 2012. Vamos discutir os rumos dos meios de comunicação no Vale e o acesso público às mídias. A Prefeitura de Itaobim vai oferecer hospedagem e alimentação aos visitantes. Mais informações nesse evento no Facebook http://www.facebook.com/events/201103436644827/
ResponderExcluire no site www.ufmg.br/polojequitinhonha
Não deixem de vir e divulguem o evento para outros comunicadores da região.
Um forte abraço,
Caio Paranhos
Comunicação Social - UFMG