José Carlos Machado é Escritor,Historiador, Pesquisador e Membro do Instituto Geográfico de Minas Gerais |
No último dia 18 de Abril, a Academia Capelinhense de Letras
elegeu o Professor José Carlos Machado como presidente da ACL. Em entrevista,
recém eleito, fala sobre projetos da ACL e garante lutar pela literatura local.
A CIDADE. O que é a ACL?
JOSÉ CARLOS: A ACL é uma entidade, que congrega pessoas do
fazer literário, artístico e cultural de Capelinha. Compõem de 25 cadeiras, que
serão ocupadas inicialmente por no máximo 10 acadêmicos.
A CIDADE: Como surgiu a ideia de criação desta Academia?
JOSÉ CARLOS: A ideia de se criar a ACL, surgiu a quase 12
anos, numa idealização de um grupo de pessoas que incluíam o advogado falecido
Dr. Fabiano Otoni, Eu, Tadeu Oliveira, Tico Neves e a Professora Lúcia
Cordeiro. Após algumas reuniões mais pessoas aderiram a esse grupo. A academia
não foi criada antes por algumas divergências de caráter ideológico
relacionadas às exigências para se participar dela. Por exemplo, o Dr. Fabiano,
contrariamente à maioria, defendia uma academia elitista, que afinal não
vingou, porque a ACL foi criada, sob uma concepção de uma entidade mais aberta.
A CIDADE: O que faz a ACL?
JOSÉ CARLOS: Está em fase de elaboração de seu estatuto, que
prevê os seus fins e objetivos, dentre os quais destaco a união dos escritores
Capelinhenses, em torno de nossa literatura, arte e cultura.
A CIDADE: Quais são os projetos da atual diretoria da
Academia?
JOSÉ CARLOS: Inicialmente há de ser feito um trabalho de
oficialização da academia, qual seja registrar seus documentos básicos (atas e
estatutos), além de elaborar o seu Regimento Interno. Em médio prazo
pretende-se criar um acervo bibliográfico que reúna toda a produção literária
de Capelinha, do Vale do Jequitinhonha, de autores consagrados no Brasil e no
Exterior. Ainda também em médio prazo a ACL pretende admitir novos membros.
A CIDADE: Quais são os requisitos para participar da ACL?
JOSÉ CARLOS: O estatuto da ACL estabelecerá os critérios
para admissão de membros. Como requisitos, o candidato a membro deverá possuir
notório saber no campo da literatura, da ciência, da arte e cultura geral. Além
disso, deve dominar conhecimentos da língua portuguesa e ter escolaridade
mínima em nível de segundo grau completo.
A CIDADE: Na sua avaliação, capelinha tem incentivado a
produção literária?
JOSÉ CARLOS: Sim, aliás, em capelinha tem-se a felicidade de
conseguir apoio para todo e qualquer empreendimento, sobretudo das empresas
locais. A Academia nasce exatamente com o objetivo de apoiar e incentivar
projetos no campo literário.
A CIDADE: Atualmente, uma das grandes reclamações dos
profissionais da educação, é o desinteresse dos alunos pela literatura. O que o
senhor pensa que deveria ser feito, para solucionar esse problema?
JOSÉ CARLOS: Na qualidade de quem militou em educação por
muitos anos, defendo que um dos caminhos mais viáveis para o aprendizado é a
leitura. Deve-se, com todo o empenho e a
qualquer custo, incentivar o gosto pela leitura. O aprendizado da escrita virá
em decorrência desse esforço. Só escreve bem, quem muito lê. A ACL promoverá
atividades que estimulem o gosto pela leitura e escrita em parceria com as
escolas, inclusive concursos literários.
A CIDADE: O que o senhor recomenda para aqueles que querem
se iniciar na arte literária?
JOSÉ CARLOS: Primeiramente, um grande volume de leitura. A
leitura enriquece o conhecimento e o argumento. Depois, vem o ato propriamente
de escrita, facilitado por essa prática de leitura. A rigor, até mesmo um
analfabeto seria capaz de produzir arte literária, se alguém intermediasse o
seu conhecimento com o ato da escrita. Em outras palavras, um analfabeto detém
conhecimentos, no quais não consegue expressar por escrito.
A CIDADE: Considerações finais
JOSÉ CARLOS: Como Presidente da Academia, pretendo que ela
venha somar ganhos para a cultura capelinhense e que ela obtenha o apoio do
qual precisa para crescer e se firmar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário